domingo, 27 de março de 2011

O caso de Oxana Malaya


           
           No decorrer da infância, a criança vive num mundo relativamente fechado, em que os pais são os modelos com que deseja identificar-se.
            Ninguém nasce com impressões, expectativas ou atitudes como se fossem realidades pré-estabelecidas. Todas essas realidades são adquiridas no seio de um grupo social.
            O ambiente dos primeiros anos influencia a forma como se desenvolve o cérebro de uma criança. Contudo, se não houver convivência humana  na infância o desenvolvimento da mesma é perturbado.  
            O desenvolvimento das potencialidades hereditárias de Oxana Malaya ficou atrofiado devido à ausência de estimulação social e humana durante os primeiros tempos de vida, pelo que a estimulação que recebeu foi de cães.
           O meio social é crucial para nos tornarmos verdadeiramente humanos.



Referências Bibliográficas:

quarta-feira, 9 de março de 2011

Correntes da Psicologia

Evolução da Psicologia









Como uma ciência humana, a Psicologia foi também um ramo da filosofia até finais do séc. XVIII, tendo depois sido revista e alterada pelos trabalhos dos cientistas pioneiros.
Os métodos científicos utilizados por cientistas psicólogos para validar o conhecimento tornaram-se fulcrais, na medida em que se pretendia um conhecimento sério, universal e absoluto. No entanto, a utilização destes métodos representou uma enorme controvérsia visto se tratar do Homem, ser dotado de sentimentos, opiniões, subjectividade. “A Psicologia tende a ser uma ciência vital de trabalho interdisciplinar com outras ciências em prol de entender o Homem (…) com uma quantidade de determinantes culturais, políticos e religiosos.” Estas influências exteriores impedem a resolução de diversas questões suspensas na Psicologia. O que é o Homem? Existe alma? De que se constitui? Quantas classes de almas existem? Sabes o que é Deus? Tens um conceito definido de liberdade? E de justiça? Os sonhos são metas ou utopias? És o primeiro de todos os Homens?

A ciência da Psicologia nasce em meados do século XIX tendo na figura de Wundt o seu fundador.
Este médico alemão possuía grande interesse pelos fenômenos mentais, o que deu à Psicologia desde o seu principio uma tradição subjetivista. Este subjetivismo é uma tradição clara, uma influência fortíssima do conhecimento filosófico. Esta tradição começa quando a Filosofia começa a trabalhar com as questões do conhecimento. Como conhecemos, então, o real? Tendo em conta as questões que foram surgindo, surge uma concepção que sublinhava a ideia do ser humano apreender a realidade, dado se tratar de um sujeito. Esta concepção permanece até às críticas de Nietzsche (filósofo que derruba o edifício do sujeito construído pela Filosofia Moderna).Todo este movimento foi acompanhado pela Psicologia enquanto disciplina da Filosofia e, posteriormente, como ciência propriamente dita.
A Psicologia possui uma longa história até o momento em que se torna uma ciência plena. Este percurso possui várias influências que colaboraram para que esta ciência fosse o que é hoje. Tomando este ponto de vista não se pode permitir que uma influência tão forte quanto à da Filosofia seja repugnada. Assim sendo é importante pontuar que o subjetivismo e o materialismo são correntes de pensamento que não nasceram da psicologia, mas que foram tomadas por ela para tentar de uma forma ou de outra, compreender os processos humanos (sejam eles mentais ou comportamentais).
Se há milhares de anos atrás a existência do Homem e o seu comportamento suscitava interesse e curiosidade, nos dias de hoje torna-se necessária a sua explicação. A psicologia pretende dar resposta a tudo que compreenda o Homem, porém esta ciência está ainda aquém de o conseguir, pois a sua complexidade não permite que seja tratada como uma ciência exacta, sem ser questionada e constantemente revista.
A evolução da ciência leva-nos por caminhos desconhecidos a sítios desconhecidos e, à medida que se vão deslindando esses caminhos e chegando a novos conhecimentos, outros conhecimentos se tornam necessários abrindo novos caminhos.
A Psicologia enquanto ciência percorre ainda o seu percurso para chegar à “verdade”, se é que podemos falar numa verdade em psicologia…





MONTEIRO, M. e SANTOS, M.R. 2001. Psicologia 2ª parte. Porto Editora, Lisboa.
Consultora da Edição Portuguesa: DRA. LÚCIA MONTEIRO; ABC da mente Humana; Edição de selecções do Reader’s Digest; 1990
ABC DA MENTE HUMANA, Maio de 1990, uma edição de Selecção do Reader´s digest

A Experiência de Jonh Watson


Jonh Watson teve uma importante influência na evolução da Psicologia.

Os pressupostos da teoria de Watson são os seguintes:
  • o comportamento compõe-se de elementos de resposta e pode ser analisado em cada átomo de sua constituição;
  • o comportamento compõe-se inteiramente de secreções glandulares e movimentos musculares, sendo, portanto, redutível a processos físicos-químicos;
  • existe sempre uma resposta a todo e qualquer estímulo; toda a resposta tem alguma espécie de estímulo;
  • os comportamentos mais complexos podem ser entendidos como cadeias (redes) de reflexos mais simples;
  • há um grande número de reacções aos estímulos que é hereditário, as quais se transformam - por condicionamento - em diferenciações individuais mais complexas;
  • os processos conscientes não podem ser estudados cientificamnete.

Watson, acreditava que todas as fobias eram aprendidas e para comprovar a sua teoria condicionou um bebé de onze meses, o Albert, a sentir medo dos ratos brancos de laboratório. Durante a sua experiência, Watson apercebeu-se que, tal como a maioria das crianças, este não sentia medo mas sim curiosidade sobre o mundo. Então, ao perceber que os ruídos intensos assustavam o bebé, este utilizou o som do bater de um martelo numa barra de aço (Figura 1), associado ao rato branco (Figura 2). O bebé ficou tão aterrorizado pela experiência que, posteriormente, só o facto de ver o rato o assustava e provocava choro. Também os objectos com particularidades, características próximas das do rato branco lhe provocavam a mesma reacção.


  Figura 1 e 2 - experiência de Jonh Watson

           É possível através do condicionamento estabelecer o medo num sujeito. A resposta   condicionada de medo a determinados estímulos generaliza-se a estímulos semelhantes mas  previamente neutros.
           Esta experiência foi considerada abaixo de toda a ética, como esta muitas outras foram levadas a cabo sem que os indivíduos submetidos estivessem em condição de participar voluntariamente e conscientemente nas experiências de que foram alvo.
Todas estas experiências permitiram um avanço significativo para a psicologia enquanto ciência.








Referências bibliográficas: